Trabalhos 2017-18

Passeios Pedestres/Trilhos/Geocatching num Espaço Natural/Floresta/Bosque perto da Escola

Jardim de Infância/Escola Básica nº1 de Arganil (Arganil)

Memória descritiva:
PASSEIO PEDESTRE À MATA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE ARGANIL
28 de Fevereiro de 2018
Situada na vertente este de uma colina, mesmo ao lado da Vila de Arganil, a Mata da Santa Casa da Misericórdia surge como um local agradável onde o sossego e o contacto com a natureza são uma realidade. O sítio ideal para fazer um piquenique ou aproveitar para dar uma caminhada num ambiente tranquilo e revitalizante.
A Mata da Misericórdia apresenta uma altitude de 180 a 255 metros e distribui-se por uma área de cerca de 20 hectares, que acolhe uma grande diversidade de fauna e flora. No que a mamíferos diz respeito, é comum observarem-se ali javali, raposa, esquilos e morcegos, sendo que existe também uma grande diversidade de insetos e aves. No que toca a herpeto fauna, regista-se a presença da rã verde e de vários répteis, como cobras e lagartos. O carvalho-alvarinho, o sobreiro, o medronheiro, a urze, o rosmaninho, as giestas, os fetos, os musgos, entre outros, conferem à Mata grande riqueza florística e fazem com que adquira uma panóplia de cores digna de uma tela.
Foi para proporcionar aos nossos alunos um conhecimento desta realidade local que se organizou no dia 28 de fevereiro um passeio pedestre cujos objetivos passavam por proporcionar o conhecimento do local, da sua fauna e flora e ainda das excelentes condições para o lazer, os percursos na natureza ou a atividade física.
Os alunos saíram da escola de manhã, por volta das 10 horas, acompanhados pelos seus professores e assistentes operacionais.
Todos levaram o seu lanche para a manhã e saquinhos para recolha de folhas para, posteriormente, ser elaborada a atividade de construção dum herbário na escola.
Chegados à Mata da Misericórdia, os alunos lancharam e, logo ali, foram sensibilizados para a reutilização e limpeza do local, encaminhando o lixo para os locais apropriados existentes – lixo comum, plástico, papel ou vidro.
A primeira parte do percurso incluiu o visionamento de painéis de azulejos e um largo dedicado a uma figura local.
Os alunos continuaram a subir, passaram pela cascata, observaram árvores de grande e de pequeno porte como o carvalho-alvarinho, o sobreiro ou o medronheiro e identificaram-nas com a ajuda de um funcionário da Misericórdia, responsável pela manutenção deste espaço e foram tirando fotografias, recolhendo folhas e até fizeram desenho livre com lápis de carvão.
No final, regressaram à escola, felizes e mais enriquecidos com este passeio pedestre num local dentro da vila mas, para muitos deles, quase desconhecido.
Agora, vamos elaborar os nossos cartazes, expor os nossos desenhos e tratar da construção do herbário.
PASSEOIO PEDESTRE À MATA DA MARGARAÇA - Paisagem Protegida da Serra do Açor
2 de março de 2018
Na Paisagem Protegida da Serra do Açor encontram-se dois sítios de especial interesse, a Mata da Margaraça e a Fraga da Pena.
A Mata da Margaraça, localizada próximo da povoação de Pardieiros, ocupa cerca de 68 hectares numa vertente entre os 600-850 m de altitude. Esta mata constitui uma das raras amostras ainda existentes da vegetação natural das encostas xistosas do centro de Portugal tal como existiria séculos atrás e destaca-se na paisagem alterada pelos fogos florestais da serra do Açor. Apresenta-se como uma floresta muito antiga dominada por castanheiro Castanea sativa, carvalho-roble ou alvarinho Quercus robur, que coexistem com outras espécies de interesse como o azereiro Prunus lusitanica ssp lusitanica, o loureiro Laurus nobilis, o azevinho, entre muitas outras. Os diferentes biótopos da Mata da Margaraça permitem o crescimento de comunidades muito diversificadas, nomeadamente de fungos, briófitos e animais que encontram aqui o seu habitat preferencial.
O símbolo desta Área Protegida é um açor Accipiter gentilis, espécie comum nesta zona da cordilheira central portuguesa.
Ainda neste grupo das aves, existe, também, o tartaranhão-caçador, a coruja-do-nabal, a felosa-das-figueiras, a coruja-do-mato, a águia-de-asa-redonda e o pombo-torcaz.
A existência de plantas que produzem sementes e frutos comestíveis possibilita alimento a vários mamíferos, como o javali. Encontra-se, ainda, o ouriço-cacheiro, o musaranho-de-dentes-brancos, a lebre, o esquilo-vermelho, a doninha, a fuinha, o texugo, a geneta e o sacarrabos.
Foi para dar a conhecer esta área protegida aos alunos do 4º ano que se organizou no dia 2 de março uma visita à Mata da Margaraça para os alunos das duas turmas do 4º ano.
A visita decorreu durante a manhã e integrou-se no programa comemorativo da Paisagem Protegida da Serra do Açor (PPSA) que se comemora todos os anos no dia 3 de março, sendo este ano num sábado.
Chegados de autocarro à Mata, fomos recebidos pelos funcionários do Instituto de Conservação da Natureza, o Nuno e a Carla, tendo sido o primeiro quem nos acompanhou na visita e exploração da fauna e flora existente.
Começámos por visitar a Casa Grande onde funciona a receção e o Centro Interpretativo com cartazes e muitas explicações acerca do local. De seguida, partimos por caminhos em trilhos de terra batida, sempre com muita frescura, pelo núcleo central da Mata que escapou à fúria dos incêndios de 15 e 16 de outubro do ano passado. Esse incêndio destruiu cerca de dois terços da Mata da Margaraça e os funcionários já trabalham na sua recuperação, esperando que uma grande parte possa regenerar por si mesma.
Durante o percurso, observámos azereiros, folhados, medronheiros, azevinhos, carvalhos e castanheiros, espécies que representam a primitiva vegetação da Península Ibérica. Recolhemos folhas e observámos as características de cada uma delas.
No ribeiro observámos alguns anfíbios e invertebrados e nos céus ainda pudemos observar o açor, a águia-de-asa-redonda e o pombo-torcaz.
Infelizmente, não conseguimos observar nem javalis nem raposas pois escondem-se durante o dia.
Recolhemos notas, tirámos fotografias e recolhemos folhas para o nosso herbário.
Agora, ficamos todos à espera que a Mata da Margaraça recupere rapidamente para voltar a ser aquilo que era.

Registo fotográfico: