Carvalho-alvarinho
Quercus robur L.

Família | Fagaceae

Características

Caducidade | folha caduca
Altura | até 45m
Longevidade | excecionalmente pode atingir os 1500 anos
Floração | abril e maio
Maturação dos frutos | setembro e outubro

Fotografias

Descrição da Árvore:

Copa | alta e larga, com um formato irregular.

Tronco | alto e largo. A casca é clara e lisas nas árvores jovens, tornando-se mais gretada e castanho-escura conforme se torna mais velha.

Folhas | simples, cor verde na página superior e são pálidas na página inferior. Tornam-se castanho-alaranjadas no outono e têm entre 5 a 19cm de comprimento, com saliências desiguais.

Flores | as flores masculinas são espigas pendentes que medem entre 5 a 13cme têm cor verde amarelada. As flores femininas são avermelhadas, em grupos de 2 ou 3 flores pequenas e arredondadas.

Frutos | bolotas castanhas-claras, ovais e com 1,5 a 4,0cm de comprimento.

Habitat e ecologia | matas de clima temperado, isto é, sem seca estival prolongada. É frequentemente a árvore dominante. Ocorre preferencialmente dos 0 aos 1500m, mas pode chegar aos 2500m. Prefere solos siliciosos e húmidos, embora resista à seca assim que está estabelecida. Espécie de luz principalmente em idade jovem. Necessita de uma precipitação média anual superior a 600mm e no período estival de mais de 200mm. Precisa também de humidade ambiental. Temperaturas desejáveis no inverno entre -15 e 10ºC e no verão entre 10 e 25ºC. Tem uma grande resistência ao frio e às geadas tardias. É um indicador da humidade do solo. Tolera ventos fortes, mas não gosta de exposição marítima. É uma fonte de alimento muito importante para as larvas de muitas espécies de borboletas, havendo mais de 250 insetos associados à arvore. As árvores mais velhas possuem uma casca espessa que as protege de fogos florestais. As árvores jovens, em caso de fogo ou corte, irão regenerar pela base.

Utilização

Madeira de alta qualidade usada em marcenaria. É um elemento estrutural de edifícios, mobiliário e construção de frotas de pesca e de guerra. A usada nos tonéis para envelhecimento do vinho.

No Minho, algumas árvores eram podadas em “talhadia de cabeça” para produzir ramos e folhagem para o gado.
As bolotas, cortadas e assadas são usadas como substituto das amêndoas.
A casca pode ser usada para tratar problemas como hemorragias e disenterias, assim como para uso externo em feridas e erupções cutâneas.

Curiosidades

Mitologicamente, o carvalho-alvarinho teve uma grande importância nas culturas europeias. É uma espécie sagrada para muitos deuses, incluindo Zeus (Grécia), Júpiter (Roma) e Dagda (Celta). Os druidas conduziam as suas práticas nos bosques de carvalhos, os nórdicos dedicavam aquela árvore a Thor e muitas são as casas reais que têm, ainda hoje, algum tipo de associação às suas folhas e/ou frutos (escudos de armas, por exemplo).

Um facto interessante sobre esta espécie é o das bolotas apenas serem produzidas quando a árvore atinge os 40 anos, ou mais, e o seu pico de produção máxima ocorre cerca dos 120 anos de idade.

O nome eleito por Lineu para esta espécie – robur – era o termo utilizado para designação de madeiras de grande dureza e solidez, bem como para características humanas, como a força do carácter. De facto, a madeira do carvalho-alvarinho é muito dura, de grão fino e com anéis de crescimento muito bem demarcados. É pesada e muito resistente à putrefacção, pelo que é recomendada para usos que envolvam água.

Distribuição Geográfica

Distribuição geográfica natural:
Centro, oeste e norte da Europa.
Em Portugal ocorre no noroeste e na Serra de Sintra.

Conteúdos: Patrícia Tiago | BioDiversity4All
Fotografias cedidas por: Sociedade Portuguesa de Botânica, Joaquim Rolhas e Wikimedia Commons.